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22 de mai. de 2014

[ATUALIZADO] Como a Contabilidade Deve Controlar o Estoque das Empresas? (Parte 1)

Imagine que uma empresa possui 3.000 sapatos em estoque. Se cada sapato custou R$ 30,00 e ainda não foram vendidos, podemos afirmar que há R$ 90.000,00 parados. Conclusão:

Estoque e dinheiro podem ser considerados a mesma coisa, são sinônimos.

No decorrer desta orientação abordaremos de forma simples dois sistemas de controle de estoque previstos na contabilidade.

Com a renovação das normas contábeis (Resoluções CFC 1.418/12 e 1.255/09) para a empresa Micro, de Pequeno ou Médio porte, alguns procedimentos para controlar o estoque estão obsoletos.

É muito importante que essa rotina de controle, se existir, seja reavaliada ou, caso a empresa ainda não aplique, que seja implantada de maneira adequada.

Nesta primeira parte, veremos o inventário periódico, apenas para fins didáticos, uma vez que o mesmo não se encaixa mais no padrão exigido pelas normas contábeis vigentes. Na parte 2 explicaremos o porquê.

1 - Inventário Periódico

O Inventário Periódico é um sistema que não depende de controle detalhado, ou seja, não exige atualização constante do saldo das mercadorias em estoque.

Este sistema é mais indicado para micro (ME) e pequenas empresa (EPP).

Fórmulas Utilizadas



Legenda:
CMV - Custo da Mercadorias Vendido
EI - Estoque Inicial
C - Compras
EF - Estoque Final



Legenda:
RCM - Resultado com Mercadoria
V - Venda
CMV - Custo da Mercadorias Vendido

Exemplo de Controle através do Inventário Periódico
Agora vamos imaginar que uma empresa não optante pelo Simples Nacional possui estoque inicial de R$ 5.000,00. No período, comprou R$ 15.000,00 em mercadorias e vendeu R$ 22.500,00. O ICMS destacado na nota fiscal sobre a compra foi de R$ 2.700,00 e sobre a venda foi de R$ 4.050,00. Vejamos lançamentos contábeis:

Compras
Compras (custo) - R$ 12.300,00
ICMS a recuperar (ativo) - R$ 2.700,00
Caixa - R$ 15.000,00

Vendas
Caixa, Banco ou Cliente a receber (ativo) - R$ 22.500,00
Vendas (receita) - R$ 22.500,00

Despesa ICMS sobre venda (redutora de receitas) - R$ 4.050,00
ICMS a recolher (passivo) - R$ 4.050,00

Até aqui já registramos o custo (R$ 12.300,00), o crédito do ICMS (R$ 2.700,00), o pagamento das mercadorias (R$ 15.000,00), a forma do recebimento da venda (R$ 22.500,00), a receita (R$ 22.500,00), o ICMS destacado na NF de venda (R$ 4.050,00) e a obrigação do ICMS a recolher antes da apuração (R$ 4.050,00).


Apuração do CMV
CMV (custo) - R$ 5.000,00
Estoque de Mercadorias (ativo) - R$ 5.000,00

CMV (custo) - R$ 12.300,00
Compras (custo) - R$ 12.300,00

Estoque de Mercadorias (ativo) - R$ 6.500,00
CMV (custo) - R$ 6.500,00

Na apuração do CMV transferimos o estoque inicial (R$ 5.000,00) e as compras (R$ 12.300,00) para a conta CMV que ficou com um total de R$ 17.300,00. Após a contagem física do estoque, a empresa obteve como estoque final o valor de R$ 6.500,00. Agora ficou fácil saber que o CMV é de R$ 10.800,00:

CMV = R$ 5.000,00 + R$ 12.300,00 - R$ 6.500,00
CMV = R$ 10.800,00

Apuração do RCM
RCM (conta transitória) - R$ R$ 10.800,00
CMV (custo) - R$ 10.800,00

Vendas (receitas) - R$ 22.500,00
RCM (conta transitória) - R$ 22.500,00

Para apurar o resultado, transferimos o CMV (R$ 10.800,00) para a conta RCM. Em seguida, fizemos o mesmo com a conta Vendas (R$ 22.500,00). Com esses lançamentos, chegamos ao RCM de R$ 11.700,00.

RCM = R$ 22.500,00 - R$ 10.800,00
RCM = R$ 11.700,00

Podemos de forma bem simplificada afirmar que o "lucro" obtido nas operações com mercadorias foi de R$ 11.700,00.


Recolhimento do ICMS
ICMS a recolher - R$ 4.050,00
ICMS a recuperar - R$ 2.700,00
Caixa ou banco - R$ 1.350,00

Para finalizar, apenas a título de exemplo, fizemos os lançamentos e a apuração do ICMS (Débito x Crédito). Não podemos deixar de alertar que há outros impostos que também incidem sobre as vendas e que deverão ser computados.

Na parte 2 vamos explicar sobre o Inventário Permanente.

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